As mudanças climáticas representam um dos maiores desafios globais do século XXI, afetando não apenas o meio ambiente, mas também a saúde humana de maneiras profundas e multifacetadas. O aumento das temperaturas, a elevação do nível do mar e a intensificação de eventos climáticos extremos têm consequências diretas e indiretas na saúde das populações. Este artigo explora detalhadamente como as alterações climáticas impactam a saúde humana, destacando os principais fatores e possíveis soluções.

1. Efeitos Diretos das Mudanças Climáticas na Saúde

1.1. Ondas de Calor e Estresse Térmico

O aumento global das temperaturas resulta em ondas de calor mais frequentes e intensas. Essas condições extremas podem levar ao estresse térmico, desidratação, insolação e, em casos graves, à morte, especialmente entre populações vulneráveis, como idosos, crianças e pessoas com doenças crônicas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), fatores ambientais, incluindo o calor extremo, são responsáveis por aproximadamente 13 milhões de mortes anuais.

un.org

1.2. Eventos Climáticos Extremos

Tempestades, inundações, secas e incêndios florestais têm se tornado mais frequentes devido às mudanças climáticas. Esses eventos podem causar lesões físicas, mortes e deslocamento de populações, além de sobrecarregar os sistemas de saúde locais. Por exemplo, em 2024, o aumento das temperaturas contribuiu para 41 dias adicionais de “calor perigoso”, resultando em sofrimento significativo e impactos na saúde pública.

cadenaser.com

2. Efeitos Indiretos das Mudanças Climáticas na Saúde

2.1. Doenças Transmitidas por Vetores

As alterações no clima afetam a distribuição e a atividade de vetores como mosquitos, carrapatos e pulgas, aumentando a incidência de doenças como malária, dengue, zika e chikungunya. O aumento das temperaturas e as mudanças nos padrões de precipitação criam ambientes propícios para a proliferação desses vetores em áreas anteriormente não afetadas. Em 2023, foram registrados mais de 5 milhões de casos de dengue globalmente, evidenciando a relação entre clima e saúde.

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2.2. Qualidade do Ar e Doenças Respiratórias

A poluição do ar, exacerbada por fatores climáticos, está associada a doenças respiratórias e cardiovasculares. Incêndios florestais, frequentemente resultantes de secas prolongadas, liberam grandes quantidades de partículas nocivas na atmosfera, aumentando casos de asma, bronquite e outras condições respiratórias. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) destaca que as mudanças climáticas contribuem para a poluição do ar, afetando diretamente a saúde humana.

portal.fiocruz.br

2.3. Segurança Alimentar e Nutricional

Eventos climáticos extremos e mudanças nos padrões de precipitação afetam a produção agrícola, levando à escassez de alimentos e à insegurança alimentar. A desnutrição resultante compromete o sistema imunológico, tornando as populações mais suscetíveis a doenças. Em 2023, secas extremas afetaram 48% da superfície terrestre, impactando o fornecimento de alimentos para aproximadamente 150 milhões de pessoas.

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2.4. Doenças Transmitidas pela Água

Inundações e tempestades podem contaminar fontes de água potável com patógenos, aumentando a incidência de doenças como cólera, hepatite A e outras infecções gastrointestinais. A degradação ambiental e a perda de biodiversidade, exacerbadas pelas mudanças climáticas, podem ter impactos negativos na saúde humana e animal, afetando a qualidade da água disponível.

gov.br

2.5. Saúde Mental

As mudanças climáticas também afetam a saúde mental das populações. O estresse associado a desastres naturais, deslocamento forçado e insegurança econômica pode levar ao aumento de transtornos de ansiedade, depressão e outros problemas psicológicos. A ecoansiedade, ou ansiedade relacionada às mudanças climáticas, tem se tornado uma preocupação crescente entre diversas faixas etárias.

cadenaser.com

3. Impacto nos Sistemas de Saúde

3.1. Sobrecarga dos Serviços de Saúde

A frequência e a intensidade crescentes de eventos climáticos extremos sobrecarregam os sistemas de saúde, dificultando a prestação de serviços essenciais. A ampliação da insegurança alimentar, das doenças respiratórias, mentais e cardiovasculares e das transmitidas por vetores são alguns dos inúmeros prejuízos que as mudanças climáticas provocam aos já sobrecarregados sistemas de saúde.

worldbank.org

3.2. Infraestrutura de Saúde Comprometida

Desastres naturais podem danificar infraestruturas de saúde, como hospitais e clínicas, interrompendo serviços médicos essenciais. A falta de instalações adequadas durante e após eventos climáticos extremos compromete a capacidade de resposta a emergências médicas.

3.3. Desafios na Mão de Obra em Saúde

As alterações climáticas podem afetar a disponibilidade de mão de obra devido a uma diminuição das condições de saúde da população e a condicionalismos adicionais em matéria de saúde no trabalho, como temperaturas mais elevadas no local de trabalho e riscos naturais mais frequentes e intensos que impedem as pessoas de chegar ao local de trabalho.

climate.ec.europa.eu

4. Populações Vulneráveis

4.1. Crianças e Idosos

Crianças e idosos são particularmente suscetíveis aos efeitos das mudanças climáticas devido à menor capacidade de adaptação fisiológica e ao sistema imunológico mais frágil. Esses grupos enfrentam riscos aumentados de doenças relacionadas

Fontes

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Conclusão

As mudanças climáticas representam uma ameaça significativa e multifacetada à saúde humana, afetando desde a ocorrência de doenças infecciosas até a saúde mental das populações. Para mitigar esses impactos, é essencial adotar medidas integradas que envolvam políticas públicas eficazes, sistemas de saúde resilientes e a conscientização da sociedade sobre práticas sustentáveis. Somente por meio de ações coletivas e coordenadas será possível enfrentar os desafios impostos pelas alterações climáticas e assegurar um futuro saudável para as próximas gerações.

Para aprofundar seu entendimento sobre como as mudanças climáticas afetam a saúde humana, confira o vídeo a seguir:

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